Natural da Terra Como Conselheiro incomodo o sistema sem o uso de armas Aborígine. Militância. A ação faz a vanguarda Com formação não espaço para dominação e retrocesso Assim microfones disparam rimas, atitude, protesto. Diferentes a aqueles que o próprio idioma nega Que enxergam heróis aqueles que promovem a paz com guerras Persegui o talibã pelos afegãos é pacífico Mas não dizer que foram mortes causadas por armamentos, patrocínio Deles próprios. Estados Unidos da América Se a Amazônia é o pulmão vocês são... Bem parecido com parlamentares, terno e gravata Que reduzem a alegria do povo em uma cesta básica Contorcem meu caráter, minha imagem é de bandido Me negam o lazer, mas mesmo assim não fui eu que assassinei o Galdino Sei que sou teu alvo. Tua munição alienação não me acerta Minha mente é revestida de aço, sou Lamarca, sou Marighela Do ódio e da tristeza, seqüestro o embaixador Sem usar de torturas transformo em alegria e amor Dou para os pobres o que com suor tirei dos ricos Sou cangaceiro, sou nordestino, sou Brilhante, sou Jesuíno Não comemoro hipocrisia, festejos, vai ver Sou excluído, sou sem terra, sou Pataxó Matalauê Mais de cinco milhões de almas representa o jovem aqui A dor dos xavantes, tapuias, caiapós e tupis Sou senzala, mas se preferir sou a favela Sou o escravo no açoite sua seqüela Sou quem cresceu desconformado com as desigualdades Sou imortal, sou ágil, sou Zumbi dos Palmares. Canhões de consciência apontados para o governo Sou João Candido o almirante negro Pulmão brasileiro, defendo com unhas e dentes No jardim de Margarida, vive sempre Chico Mendes. Ribeirinhos, seringueiros, bóia fria, carvoeiro Sou a coluna que percorre os estados brasileiros Sou o R puxado, o S chiado, sou a catira, sou o repente Sou o forró, sou o bumbá, sou tchê oxente Sou o arroz tropeiro, baião de dois, sarapatel, o açaí A buchada de bode, o queijo, feijoada, o pequi Sou a mistura, sou mestiço, sou um só Sou a criança, sou o adulto, sou o avô, sou a avó Sou caatinga, sou sertão, sou o cerrado Sou pantanal, sou planícies, sou planaltos Sou São Francisco, Amazonas, Parnaíba Sou as nascentes, as correntes cristalinas Sou as grutas, vida selvagem, belo vale, fauna e flora Sou o cantador que canta a dor com pandeiros e violas Infelizmente não sinto fome somente no natal Mas felizmente torno-me primeiro mundo no carnaval Sou instruído, destemido, revoltado, sou a chama Sou mais um louco desta terra, sou Pindorama. Marcus Aurélio Dantas da Silva