O Zé não conhece muito bem o caminho Mas ele se vira assim mesmo Mesmo assim sozinho Tropeça, se perde, cai de-repente Se dói ele choro o suficiente Levanta, respira, e bola pra frente Não pôs o relógio pra não se apressar Seu tempo agora é só o ritmo do andar Um prédio, uma estátua, uma ponte, uma praça Ele vai caminhando, a cidade que passa O Zé é sua própria casa Ele e a cidade, nas noites sem lua Se confundem nas ruas, e ele para de andar Pois foi essa cidade Nessas horas de sono Com esses olhos sem dono Que ele veio encontrar