Nunca vi tamanha gente sofrê tanto pra vivê Intão vim do meu sertão e cheguei nu Tietê Troxe as mala que é pequena co'as lembrança bem miúda Pois das roupa que eu visto, eu só tenho duas muda No meu peito eu sempre sinto a saudade dos meus fio Lembro deles mirradinho me ajudando com os mio Muito tempo nois rezô pro sertão não se alagá Mais a música é mentira, o sertão não vira mar Poeira, poeira vermelha Poeira, poeira vermelha Vim tentá a sorte grande aqui na terra da garôa Inda tô disimpregado, como eu muitas pessoa Minha esposa me espera co'as promessa de voltá Morro um pouco todo dia, inda longe isso tá Sum Paulo é muito bunito mais tamém é ilusão A gente sofre preconceito quando sai lá do sertão Sô semi-alfabetizado, nessa terra falo grego Minha língua com sotaque, não se ouve com respeito Poeira, poeira vermelha Poeira, poeira vermelha Como tenho me humiado pra mantê meu brio de home Minha boca fica seca e meu estombo dói de fome Nem fejão tenho no almoço como tinha no Nordeste E não tenho 1 centavo pra voltá pro meu agreste Hoje tenho poca fé, o meu mundo se acabô Essa gente da cidade, já não sabe o que é amô Poeira, poeira vermelha Poeira, poeira vermelha Pra esposa que me espera eu preciso le dizê Me arrependo todo dia de tá longe de você Me perdoe pelo sonho que não vô realizá Morro um pouco todo dia, as veis penso em me matá Pros meus fio mirradinho o pai deixa uma lição Sum Paulo é muito bunita, mais mió é o Sertão Poeira, poeira vermelha Poeira, poeira vermelha