Eu penso em ti logo ao nascer d'aurora E quando o dia vai chegando ao fim; Nunca me esqueces e dormindo, embora, Sonho a ventura de te amar assim! Antes de ver-te, flor do céu caída, Nem me recordo como então vivi, Nem já me atrevo a suportar a vida Vivendo um dia sem pensar em ti. Ó Rosa Branca, Delicada e pura, Que ideal brancura, Que mimosa cor; Lembras um astro Que do céu tombasse, Que por mim poisasse Na roseira em flor. Se o teu olhar iluminado e casto Pois a em meus olhos, refletindo o céu, Quanto mais fujo, quanto mais me afasto, Mais perto vejo o teu olhar do meu! Ó Rosa Branca, Luminosa e viva, Linda rosa esquiva, Meu amor fatal! Só podem anjos Fabricar sozinhos, Com montões de arminhos, Uma rosa igual! Quando esta vida se apagar, serena, Ao recordar-me quanto amei em vão, Ó desdenhosa, o que me faz mais pena É ir pensando que te esqueço então! Ó Rosa Branca, Meu amor primeiro, Tu não tens canteiro, Tu não tens jardim; Porque me chamas, Porque não respondes E porque te escondes A chamar por mim? Mas sob a campa, meu amor não finda, Verás, senhora se eu ouvir teus ais, Abrir os olhos para ver-te, ainda, Morrer de novo, se te não vir mais!... Ó Rosa Branca, Porque me chamaste? Para que roubaste toda a fé que eu tinha? Serena e fria Como a luz da lua, Que brancura a tua, Que desgraça a minha…