Cansei desses amores operários Que trazem um crachá por sobre o peito Amores pensionistas, perdulários Que, quando acabam, vão parar em pleito Cansei desses amores seriados Que cospem seus clichês como quem cria Amores repetidos, formatados Doutores em modernas velharias Melhor arder no gelo da Sibéria Do que sorver veneno de outra artéria Prefiro amar a mim a amar ninguém E, assim, de bem comigo, bater asas Ver, onde quer que eu durma, minha casa Enquanto o verdadeiro amor não vem