Quanta dor Quanta dor Quanta dor Nesse abraço Larga meu peito! está feito. Todo o estrago Nas minhas entranhas, no meu grito guardado Já foi carburado todo esse sentimento Você endiabrado me oferece do teu veneno Não me oponho, você sabe como gosto Destes amores que invento e me corroem até os ossos Não posso. Não permito que roubes meu equilíbrio Mas continuo num pé só Carregando o fardo de ser meu próprio B.O. Eu volto pro luto e você volta pro pó Ó deus, resgata da babilônia os teus filhos perdidos Me sinto como um rei, fraco e corrompido E nesse eterno conflito o pecado me beija o umbigo São Paulo faz meu coração como os teus edifícios De pedra e aço revestidos Presentes no inferno quase alcançando o paraíso Quanta dor Quanta dor Quanta dor Nesse abraço O último ato embaixo dessa neblina A gente carbura a neurose e já não evita a fadiga Garoa fina, nessa sina me aconchego A madrugada me marina embaixo desse sereno Esse ponteiro que caminha chega a rasgar a carne Tenho que lhe deixar ir mas já não quero que isso passe Te amo até me dar um baque, nesse contínuo desgaste Só mais uma dose de prozac Vejo verdade no dilatar da tua pupila Me ensina tua euforria, psicose do sentir Marca tua ruptura e nunca mais me deixa ir A garganta quase fecha, a boca adormece Temperatura alta o estado é de febre Mas é o último ato não mais volto pra esse chão Sente agora o quão forte bate o nosso coração Alucinação, rua e solidão E pra um final feliz divide a nossa depressão Quanta dor Quanta dor Quanta dor Nesse abraço Você pego me pega, frio e com pressa Duvida do que sinto e de tudo que te cerca Quem é que não peca? Sangue mancha a terra santa Pra nós há de haver perdão, puxamos a bandeira branca Vivendo nessa poeira, castelos de areia O demônio canta alto nos ouvidos a noite inteira Hoje não, meu amor, hoje não! O destino que queria não deixa ir pelas mãos Você diz que se eu quiser sair a porta está aberta Quando você ter vontade não vai ter quem te impeça Não vai ter anjo bom que o faça recuperado Só mais um viciado agressivo e alucinado Você tem me machucado mas quase ninguém vê Você tinha melhorado mas quase ninguém crê Nessa ilusão que agora é minha escolta Eu esperando tua volta Te emprestei as minhas costas pra carregar essa cruz Mas já não vejo luz. Como é que eu chamo jesus?