Deixa esse rei passar sem pedir licença Deixa ele mandar com severidade Nessa impunidade só posso aceitar Esse rei mandar nas minhas verdades E quem vencer esse rei eu tiro o chapéu O tempo é um rei, um rei muito cruel... Quem vencer esse rei eu tiro o chapéu O tempo é um rei, um rei muito cruel... Fim de carnaval é sempre aquela tristeza Eu varrendo a calçada limpando a poeira Nessa triste escola fui a porta bandeira Rodei a noite toda, rodei a noite inteira Vi tudo que incendeia, incendeia sem razão O cachimbo, as favelas, o meu coração Choro, mas canto o meu pranto e sambo Tentando contornar e o tempo descompassando O peito do malandro chora junto com a cuíca O tempo atropela e pouca coisa fica Benito já dizia e eu sei como é que é É do jeito que ela manda do jeito que a vida quer E o tempo vai, vai.... Comanda seu império E se ele levar tudo, recomeço do zero Passei com a minha dor, em meio ao teu sorriso A flor e o espinho, juntos nesse caminho Salve Nelson cavaquinho, Cartola gratidão O sol nascerá sempre em meu coração Irmão não tem tempo ruim não pra essa gente Guerreira, saudosa, na comissão de frente Que busca a evolução no raiar de cada dia Chora, sorri, sempre em plena harmonia Meu samba enredo é minha fantasia Gente bamba dança conforme a batida Bem que meu pai dizia, filha, tudo nessa vida passa O tempo, o ponteiro, ninguém para E olha só, até o meu velho passou Foi quarta-feira de cinzas todo ano que restou Mas assim que é, hoje eu posso entender Que o velho tem que morrer e o novo tem que nascer E com as lembranças rasgando no peito aqui fico O choro do bandolim só deixa o samba mais bonito E quem vencer esse rei eu tiro o chapéu O tempo é um rei, um rei muito cruel... Quem vencer esse rei eu tiro o chapéu O tempo é um rei, um rei muito cruel...