Sorte é coisa pouca quando é pra ganhar E o lançar de dados tem a pretensão De um novo motivo ou um outro bar Ou um novo vício de imaginação Febre delirante que me faz andar Alto e sem controle nesse quarteirão Fuga, garantia e falta de ar Rota escolhida pela lentidão Tantas madrugadas e a mesma roupa Mais de vinte amores em uma canção Atendo o telefone com a voz mais rouca Frio na cidade em pleno verão Digo, de verdade: É frio, não é saudade Sinto de verdade... É proibido, mas é vontade Dos tantos pecados eu cometi todos Passo minhas noites a pedir perdão Abro a garrafa e bebo mais um pouco Tomo mais um copo de dessa maldição Goles que atiçam minha cabeça louca Votos que me ferem por tentar guardar Vozes que me seguem pela rua toda Dizem o que quero te compartilhar Me despeço mas não tiro a mão do bolso Canto mascarado aqui jogado ao chão Sento do seu lado, nesse calabouço Frases recortadas e sem tradução Digo de verdade... É frio, não é saudade Sinto de verdade... É proibido, mas é vontade