Queria ser como a gaivota Que de manhã sobrevoa Toda feliz e sem rota As colinas de Lisboa... Queria ser como o ardina Cuja voz bem cedo entoa A imprensa matutina Pelas ruas de Lisboa... Queria ser como a varina Que a sua venda apregoa Sempre lesta e libertina Pelos bairros de Lisboa... Eu queria ser marinheiro P'ra bem firme junto à proa A bordo dum cacilheiro Ver as docas de Lisboa... Queria ser o Cristo Rei Que lá do alto abençoa Como patrono da grei O céu da nossa Lisboa... Queria ser como a guitarra Para à noite acompanhar O fado com toda a garra Por quem o sabe cantar !...