No escuro pintando o fracasso Disfarço os olhos sisudos E o tudo se distorce em rabiscos Assisto a beleza em silêncio Ah, se eu fosse um narciso que voa com o vento Narcisos que voam com o vento não se despedem Raízes e olhares e braços e folhas e frutos Uma gota, o olhar, o suor, a distância e o horizonte Conto dias, noites claras, lua, sol e chuva, Terra que desterra, chama que derruba o horizonte vermelho Pra chamar as lembranças só me resta essa canção E a dor de viver esse sonho feliz Além de tudo que eu possa sonhar Conta-me as tristezas Corta-me as raízes Corre que já me esqueci dos teus fios de cabelo Destrói esta paisagem Derruba as nuvens do céu Desterra a solidão dos meus dias despercebidos...