Folha, caíste a meu lado. Lágrima verde dos ramos! És o presente, o passado De tudo que nós amamos. Na minha funda tristeza De criatura singular, És um resto da beleza Que deslumbra o meu olhar. A vida que bem me importa? A vida és tu, folha morta. (bis) No último dobre de um sino, Por uma tarde sem fim, Morreste com o meu destino, Levando um pouco de mim. No teu todo de abandono, De humana delicadeza, Vibram saudades de outono E angústias de natureza. A vida que bem me importa? A vida és tu, folha morta. (bis) Ninhos, campânulas, galhos Amavam-se em alvoroço... Os meus cabelos de moço Iam ficando grisalhos, E um dia quando chorei Folha, caíste ao meu lado Trazendo todo o passado Com a saudade do que amei... A vida que bem me importa? A vida és tu, folha morta. (bis)