Oh, qué será Oh, que será, que será Que anda suspirando Por las alcobas Que anda susurrando Versos y trovas Que andan escondiendo Bajo las ropas Que anda en las cabezas Y anda en las bocas Que va encendiendo velas En los callejones Y están hablando alto En los bodegones Gritan en el mercado están con certeza En la naturaleza Será que será Que no tiene certeza Ni nunca tendrá Lo que no tiene arreglo Ni nunca tendrá Que no tiene tamaño Oh, que será, que será Que vive en las ideas De los amantes Que cantan los poetas Más delirantes Que juran los profetas Embriagados Que está en las romerías De mutilados Que está en las fantasías Más infelices Los sueñan de mañana Las meretrices Lo piensan los bandidos Los desvalidos En todos los sentidos Será que será Que no tiene decencia Ni nunca tendrá Que no tiene censura Ni nunca tendrá Que no tiene sentido Oh, que será, que será Que todos los avisos No van a evitar Porque todas las risas Van a desafiar Y todas las campanas Van a repicar Porque todos los himnos Van a consagrar Porque todos los niños Se habrán de zafar Y todos los vecinos Se irán a encontrar Y el mismo padre eterno Que nunca fue allá Al ver aquel infierno Lo bendecirá Que no tiene gobierno Ni nunca tendrá. Que no tiene vergüenza Ni nunca tendrá Lo que no tiene juicio O que será? O que será, que será? Que anda suspirando pelas alcovas? Que anda sussurrando versos e trovas? Que andam escondendo debaixo das roupas? Que anda nas cabeças e anda nas bocas? Que vai acendendo velas nos becos? E estão falando alto nas bodegas? Gritam no mercado estão com certeza na natureza! Será que será? Que não tem certeza, nem nunca terá! O que não tem conserto, nem nunca terá! Que não tem tamanho! O que será, que será? Que vive nas ideias dos amantes? Que cantam os poetas mais delirantes? Que juram os profetas embriagados? Que está nas romarias de mutilados? Que está nas fantasias mais infelizes? Sonham com isso de manhã as meretrizes! Pensam nisso os bandidos, os desvalidos... Em todos os sentidos! Será que será? Que não tem decência, nem nunca terá! Que não tem censura nem nunca terá, Que não tem sentido! O que será que será? Que todos os avisos não vão evitar? Porque todos os risos vão desafiar! E todos os sinos vão replicar! Porque todos os hinos vão consagrar! Porque todos os meninos hão-de se safar! E todos os vizinhos vão-se encontrar! E mesmo o pai eterno, que nunca foi lá, ao ver aquele inferno, vai bendizê-lo! Que não tem governo, nem nunca terá! Que não tem vergonha, nem nunca terá! Que não tem juízo.