Tinha uma besta ruana Pus o nome de princesa Outra igual não existia Cem léguas na redondeza Eu no lombo da ruana Já fiz mais de mil proeza Esta besta marchadeira Era mesmo uma beleza Eu tratava da ruana Com toda a delicadeza Se estourava uma boiada Eu juntava na certeza Atravessava o rio Pardo Sem medo da correnteza Esta besta marchadeira Ligeira por natureza Um dia chegou a desgraça No atáio da represa Caiu numa pirambeira A ruana ficou presa A besta quis levantar Mas lhe faltou a firmeza E quebrou as duas perna Acabou minha Princesa Passei a mão na garrucha Apontei com bem firmeza A ruana relinchou Com um jeito de defesa Vi as lágrimas correr Ai nos olhos da Princesa Matei ela com dois tiro Depois chorei de tristeza Abri uma sepultura Enterrei minha riqueza Fiz uma cruz de madeira Deixei quatro vela acesa Na cruz eu fiz um letreiro Escrevi com bem clareza Matei pra não ver sofrer A minha saudosa Princesa