Como um bom vadio do Dharma Vou respirando com calma Com furia, jogo de cintura Meu Nivarna e meu inferno Meu barraco, meu império A fome que foi meu colégio Meu santo sacrifício Meu deboche subverte esse mundo tão sério Tosse tosse cof cof, fumo de remédio (Só fala de erva?) Só relato a vida E a nossa é gangueragem, juro eu não disfarçaria Desenvolvo a própria medicina Vida longa, vida linda Só vale se é bem vivida Só bate se é bem escrita Só a luta realiza O respeito que fortifica Quem fecha vira família Quem sente a sede, brinda Quem passou pelas batalhas não esquece mais Murica Viva la vida, um brinde la família Já passei pelo deserto, hoje eu vou molhar o bico Big up! Se o ar que me rodeia é o mesmo que tu respira Me diga por que tanta briga? O final da vida decreta falência Verdade, bens, bons modos Malícia eu tenho de monte Desde o ventre, um monge Muita paciência castiga E o dedo do meio é meu mudra Surto, quando o mundo adentro quer que eu sinta, mudo Vou seguindo a via, dando luz a vida Colorindo o sol com a mesma cor que me ilumina Nada é diferente aqui na Colina da crista Sem tempo pra birra, imagem de artista Aguardo a chuva, e a chuva agrava quando cai Meu teto escorre na pia Eu banho na sua goteira Vou pelo ralo Esgotando com a rataria Iae, iai, to aê por aí Nem lá, nem aqui Eu moro em mim, enfim Em lugar nenhum to eu, afim de sumir sozin E você que insiste em correr pra ganhar e perder Mas se corre não vê o que mora em si O que mora em ti