Procuro vertigem, um doce desafinar. No ar a vibração atrai. Prendo a respiração, sentidos se expandem, a mente se distrai. É quase obsessão querer soltar as mãos da direção, fechar os olhos, esquecer o chão. Como se fosse um vício, um objetivo impresso no sangue, um instinto. Não há um motivo, só sentir-se vivo, mesmo que pra isso vá contra o que mais admiro, contra tudo em que mais acredito. Por um sorriso, um suspiro, um grito. Procuro improviso, procuro e improviso. Como se desconstrói tudo o que é seguro e maduro em descontrole e impulso (como um mergulho no escuro)? Porque a vida tem de ser algo mais.