Palavras são facadas, e facadas são trocadas entre todos os pedaços de terra do mundo. Na banca de jornais, na praça, no metrô, nas fronteiras do país e na porta da tua casa. E eu saí de casa, durante a madrugada, porque disse coisas que machucariam mais que mil facadas, e caminhei quilômetros para achar uma razão, pois eu perdi um amigo e ganhei a solidão. Amanheceu demais, eu vou seguindo a pé e não sei onde estou. Palavras são facadas e o poeta está vivo. Ele se sente com raiva, com sono e com frio. Os seus sonetos se unem em um exército ordenado para retaliar a emoção que está consigo. Acho que todos nós somos poetas em meio a abstração dos nossos sentimentos. Junto a risadas, somos o silêncio. O pré-fabricado que veio diferente. As pessoas normais.