Tom: C
C G
A boiada do Araguaia
Logo após a travessia
F G
Parou pra fazer pousada
C
Porque já escurecia
F
Naquele ermo deserto
G C
Só céu e mato existia
Morava uma pintada
Terror da selva bravia
G
Quando essa fera miava
F
Tudo ali silenciava
Em C
Sertão inteiro tremia
C
Moídos pelo cansaço
Da luta daquele dia
G
Naquela noite soturna
C
Enquanto o fogo ardia
F
Deitados sobre os baixeiros
G C
A pionada dormia
Somente um urutau
O silêncio interrompia
G F
De vez em quando gritando
G
Parece que anunciando
C
O perigo que surgia
C
A noite já ia alta
Já era quase madrugada
F G
A boiada remoía
C
Lá na beira da aguada
F
Ouvindo o mugir do gado
G
A fera esfaimada
Em C
Naquele andar de felino
Veio vindo de emboscada
G
O cheiro da carne humana
F
Aquela fera tirana
G C
Foi atacar a pionada
C
Aquele pobre boi velho
Que nas águas foi jogado
G
Conseguiu sair com vida
C
Antes de ser devorado
F
Pra se juntar a boiada
G C
Com o corpo retalhado
Ele ia caminhando
Passo a passo bem cansado
G
Andando com lentidão
F
Chegou na hora que os pião
G C
Já iam ser atacado
C
Defendendo a pionada
Que acordou espavorida
G
Aquele pobre boi velho
Com o corpo todo em ferida
F G
Morreu lutando com a fera
C
Que por ele foi vencida
Disse o moço ponteiro
Com a alma comovida
G
Foi quem não valia nada
F
Que salvou toda a boiada
C
E também a nossa vida