Ana Moura

Guarda-me a vida na mão

Ana Moura


Guarda-me a vida na mão 
Guarda-me os olhos nos teus 
Dentro desta solidão 
Nem há presença de Deus 

Como a queda dum sorriso 
P’lo canto triste da boca 
Neste vazio impreciso 
Só a loucura me toca 

Esperei por ti todas as horas 
Frágil sombra olhando o cais 
Mas mais triste que as demoras 
É saber que não vens mais