Cezar e Paulinho

Doença de Caboclo

Cezar e Paulinho


De uns tempos pra cá
Eu dei de acordar
Com falta de ar
E o peito apertado

As veias saltando
Cabeça ardendo
Coração batendo
Meio acelerado

Todos me diziam
Como bons amigos
Isso é um perigo
Pode ser fatal

Me julgavam louco
E muito estressado
E fui internado
Em um hospital

O doutor formado
Que me consultou
Assim me falou:
Vamos conversar

O que te incomoda
Qual é o dilema?
Fale o seu problema
Vou tentar curar

Eu disse: Doutor
Eu tenho acordado
Meio sufocado
E tendo visões

No galpão de pouso
O meu pai gritando
Berrante tocando
Chamando os peões

Eu sinto o aroma
Do café coado
Por mamãe, socado
No pilão de pau

Do pão feito em casa
Doces e bolinhos
Do queijo fresquinho
Em cima do girau

Madrugada fria
Bem no pé do morro
Ouço meu cachorro
Acuando a casa

Ouço o urutau
Que me dá um arrepio
E o bando de bujiu
Gritando na guissaça

O doutor me abraçou
E chorou comigo
Vá com Deus, amigo
E felicidade

As suas visões
E sintomas de louco
É mal que o caboclo
Sente na cidade

Não existe ainda
Um santo remédio
Que cure esse tédio
Porque, na verdade

Essas reações
Que parecem loucura
É mal que não tem cura
Maldita saudade

Essas reações
Que parecem loucura
É mal que não tem cura
Maldita saudade

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