César Oliveira

Nestes Ermos de Fronteira

César Oliveira


Vou cortando um fumito sete cordas
Recostado sobre a anca da Tordilha
Quanta coisa este momento me recorda
Mirando lejos esses plainos e coxilhas

Foi aqui, nestes ermos de fronteiras
Que meus avós plantaram lares e raízes
Foi daqui que minhas retinas bem faceiras
Partiram, um dia, a buscar outros matizes

O Ibicuí cruzando a várzea despacito
O gado gordo, a cavalhada lá no pasto
Um téo-téo faz patrulha precavido
E em pensamentos vou proseando com meu basto
E em pensamentos vou proseando com meu basto

Ao longe, um tedéu de cachorrada
Talvez, das casas, anunciando alguma visita
Me lembra o ontem, das partidas e chegadas
Que, em minha tarca de mundeio, estão escritas

Quanta cosa' me recorda esse momento
Recostado sobre a anca da Tordilha
Ao sabor deste palheiro fumacento
Reculutando estas lembranças em tropilhas

O Sol Brasino, no poente, se apeando
Acende um fogo de espinilho cá no peito
E uma gaita em minh'alma ressonando
Lembra alguém que soube bem domar meu jeito
Lembra alguém que soube bem domar meu jeito

O Ibicuí cruzando a várzea despacito
O gado gordo, a cavalhada lá no pasto
Um téo-téo faz patrulha precavido
E em pensamentos vou proseando com meu basto
E em pensamentos vou proseando com meu basto
E em pensamentos vou proseando com meu basto

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