Elis Regina

Comadre

Elis Regina


Em tudo que me acontecer
O dedo da comadre tá
Na corda quando escurecer
Anágua da comadre tá

Branco de doer
Me convidando a imaginar
Se o vento bater
A ginga que a comadre dá

A ginga da comadre tá
Em tudo que me acontecer
No copo que eu me embriagar

Se relampejar, se eu adoecer
Se a febre aumentar
A comadre vem, vem, vem

Na palha que eu adormecer
Nas águas em que eu me lavar
E na pitanga que eu morder
Na arapuca que eu armar

Onde eu me esconder
Em tudo quanto eu puder olhar
No que ouvi dizer
A ginga que a comadre dá

No samba que eu me exceder
No doce que eu me lambuzar
Na hora que eu endoidecer

Se o sangue espirrar
Se a ferida arder
Se a boca chupar
A comadre vem, vem, vem

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