Um açaizeiro que brotou no nada Uma arara-azul que sucumbiu no tempo Uma canoa à deriva sem remo levada Uma pedra negra nos trilhos exportada No fundo do rio, submersos nazistas Na mata fechada, aviões abatidos Na cachoeira, uma cruz levantada O dirigível assustando quem passa Conta a história do Amapá Diz a lenda da Amazônia Saímos perdendo No brilho do ouro, cavacos e pedras Sorrisos quietos Vendendo tesouros (perdendo tesouros) Um batuque, um canto, um lamento, um ladrão Marabaixo, bebida, rodando o salão Uma vida cansada contada em história Violinos tocando, plantando a vitória Do Sol nascente flutua a caminho norteante Explorando a madeira, cortando a mais nobre Escrevendo em papel, na escola ou no forte Imprimindo a imagem em verde celulose