José Fortuna

Enxame de Abelha

José Fortuna


O enxame de abelha passava a tardinha
Levando a rainha em meio aos zangões
Qual uma família que está de passagem
Buscando hospedagem por novos sertões
Então eu fazia barulho e cantava
E logo enxamavam num pé de limão
Com erva cidreira a noite esperava
E as colocava num velho caixão

Até as abelhas
Ouviram o cantor
Só voce não ouve
Meu canto de amor

E ali na colméia o ano inteirinho
Faziam do ninho um eterno labor
Saindo e voltando, num árduo trabalho
Trazendo dos galhos o néctar da flor
E quando seu favo de mel completava
O homem chegava e roubava sem dó
Também me roubaram o mel de seus beijos
E hoje me vejo tão triste e tão só

Agora me negas
Seus lábios de mel
Deixando esta amarga
Colméia de fel

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