Miguel Ângelo

Ventania

Miguel Ângelo


Me chamam ventania
Porque estou, sem estar
E sem asas ou plumas
Me venha a voar
Sem asas ou plumas
Me venha voar

A par dos cavalos que encilho
Da negra tropilha dos temporais
Tendo por marcos de posse
O azul do horizonte
E os pontos cardeias
O azul do horizonte
E os pontos cardeais

Na cancha reta do fio de uma adaga
Balanço no freio, meus fletes de lei
E a não ser ao amor das mulheres
A nada me rendo, palavra de rei
A nada me rendo, palavra de rei

Ouço a voz dos que vivem plantados
De falsas raízes, num palmo de chão
Daqueles que a sombra dos ranchos
Cortaram-se as asas
A troco de pão

A eles aceno meu pala
Bandeira dos livres
Que eu sei desfraldar
E afundo meus rastros no mundo
Eu sou ventania nasci prá voar

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