Num domingo de tardinha No paió eu cochilava Sonhei que as ferramenta Umas com as outra falava Contando suas façanha O machado se gabava Se eu não faço as derrubada Nem uma roça formava Disse a foice pro machado Você é uma conversa fiada Pra você entrar no mato Sou eu que faço as picada O facão nesse momento Já sortô uma gargalhada Eu só queria ver os dois No meio da cipoada O arado pelo justo Eu que preparo o chão A grade já protestou Mas eu que quebro o serrão A plantadeira importante Pra mostrar sua instrução Eu que conto as semente Do arroz, milho e feijão Disse então a dona enxada O melhor sou eu quem faço O mato que ataca a planta Porque deixou no marmaço E a lima reclamou Eu quero tenho o melhor aço Sem minha pele enrugada Você tudo era um fracasso Foi então que um prego véio Resmungô dentro de um toco Descurpe entrá na conversa Sei que vou passar por louco Baluarte da nação Que muita gente faz pouco Você não seria nada Sem o braço do caboclo