Quando se ateia em nós um fogo preso O corpo a corpo em que ele vai girando Faz o meu corpo arder no teu aceso E nos calcina e assim nos vai matando Essa luz repentina Até perder alento E então é quando A sombra se ilumina E é tudo esquecimento Tão violento e brando Sacode a luz o nosso ser surpreso E devastados nós vamos a seu mando Nessa prisão o mundo perde o peso E em fogo preso à noite as chamas vão pairando E vão-se libertando Fogo e contemplamento A revoar num bando De beijos tão sem tento Que não sabemos quando São fogo, ou água, ou vento A revoar num bando De beijos tão sem tento Que perdem o comando Do próprio esquecimento