Nelsinho e Diamante

João Gaiteiro

Nelsinho e Diamante


Conheci o João Gaiteiro
No transporte de boiada
Era o peão mais destemido
Pra lidar numa arribada

Tocava sua sanfona
Pela estrada empoeirada
O João fazia graça
Divertia a peãozada

Certa vez nós acampemo
Num retiro assombrado
Falavam que um boi fantasma
Habitava este cerrado

A noite estava escura
Precisei ir no povoado
O João virou e me disse
Você vai passá apurado

Estas coisa eu não abuso
Mas não tenho medo não
Eu falei pro João Gaiteiro
Tenho minha oração

Corri a espora na mula
Com aquilo no coração
Mas o meu trinta embalado
Eu levei de prevenção

Não andei setenta braça
O fantasma já surgiu
A mula muito veiaca
Quis tirá eu do lombio

Eu gritei vô passá fogo
Mesmo assim ele investiu
Todo picado de bala
No cerrado o boi caiu

Acabou-se o boi fantasma
Que assustava os boiadeiro
Pra ver o bicho de perto
Eu chamei meus companheiro

O tár boi só era um couro
O destino é traiçoeiro
Dentro dele estava morto
O pobre do João Gaiteiro

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