Ritual, pampa de cantares Clarão, protesto e bandeira E a milonga missioneira Se esparamando nos ares Azulações seculares Seteciendo sempre atuais Nos quatro pontos cardeais Se agrandando os problemas E as evidências supremas Das injustiças sociais Neste mundo imediatista De convulsões e procelas Um payador guitarreiro Para o tempo abre cancelas Sociedade é vaca magra Cheia de bicho e mazela São temas do meu ofício De cantor sem fantasia Que avultam a terra toda Sem pátria e sem geografia Reclamando na guitarra Maus tratos na ecologia Genocídios, extermínios Que ecoam por aqui Ideais colonialistas Do Amapá ao Tuiuti E o massacre feudalista Da minha raça guarany O cantor pulsa a guitarra Contra a ganância ilusória Dos que massacram a terra Pobre pouco e luta em glória É um veneno tão escasso Da lavoura predatória Liberdade é o bem maior Que impulso de pátria e chão Forjada na nossa alma Com força no coração Suprimir a liberdade E atear poluição Assim quero ver a pátria Andar por trilha singelas Pátria não é sociedades São ânsias verde e amarelas Veremos una e liberta Sem bicho e sem mazela