O que move o mundo? Por que ele é redondo? Tudo é um absurdo só Por ser impossível Repartir o vento Entre os fios do filó A cada momento Que encadeia as peças De um infinito dominó Tanta areia escorre Pingo d'água chove Não se contam os grãos de pó Donde o pensamento Numa mente funda Em cada tormento um nó Um porão fechado Sob o firmamento Um silêncio lento e só Um pressentimento Sobre o meu destino De que nunca fui senhor Perseguindo as pedras Do deslizamento De um abismo interior Me admira o Sol se por Terra barca a navegar Me admira o homem crer Que lhe é anterior O que marca o tempo Do exato segundo Um relógio atômico De que é feito a pilha Vem daquela ilha No oceano Atlântico Entre o sul do leste E o norte do oeste E a trilha ancestral do Sol Tudo é grande e simples E inconcebível Pois Deus é atemporal Me admira o Sol nascer Como um disco voador Me admira o homem crer Que lhe é anterior O que corte rente A metade do mundo Bem na linha do Equador Em sentido anti-horário Gira o meu aquário Campo magnético Calotas polares Inundam cidades Nosso amor aquece o Sol Mas o mundo cresce Pura entropia Nexo paradoxal