Se o rap é uma dádiva, foi fazê-lo meu destino (Yuh) Se o rap é uma falha, vou continuar errando sozinho (Uh) Se o rap é uma batalha, vou lutar pelo que sinto Se o rap é minha arma, eu não hesito em puxar o gatilho (Bruh-Bruh-Bruh) (Tiro) Tem muita gente nervosa eu sigo tranquilo Sem mais delongas, Vincënt o rimador É o meu estilo, fazer a vida ser mais uma melodia Levantar a autoestima com cada vida em minhas rimas Quer dizer Que quanto mais a gente chora mais forte fica as dores? Então falo pro meu povo "sustenta a pose" Sabe que ninguém liga pro outro Infelizmente, esse bobo Ainda crê no dia que não vai ter mais essa zorra Socorra, as almas penadas que vivem nas calçadas Todo dia morre mais um sonho perdido na quebrada A fama é inútil para quem nunca teve nada Tudo que queremos um barraco pra se poder chamar de casa "Quem sonha sempre alcança" "Três salve a esperança" Tá todo mundo se tornando adulto e esquecendo das crianças Eles não me conhecem, ou fingem que não sabem Até a hora de eu competir com eles na malandragem Tem trabalho, se é isso que cês querem Sou ator, diretor, rimador e negro Podem fazer os testes! Acendam as luzes, enquanto eles dizem "Cruzes!" A bitch say "Why he does this?" Errei a língua Mas cês sabem os meus truques Como qualquer jovem negro eu só quero brilhar Com a minha família, um bom emprego E um bom lugar pra se morar Depender de ninguém Muito menos do seu povo Pois quanto mais o cão late Mais ódio se tem do cachorro Já ouvi muito não Já ouvi pouco sim Muitos crêem que não Vai mudar nada pra mim Do que adianta se tudo não favorece? Sou preto no país negro se a luz se esconde E o escuro prevalace? Eu já fiz minhas preces Hoje eu colho conquistas Ouvir meu som sair do bloco, ir pra boca depois pra pista Perdi, perdi de vista toda a injustica do jogo Aqui só fica quem tem talento Pra quem não tem, é fogo! Pagaram com nota de cem E eu devolvo o troco Pois ninguém tava lá quando tava um sufoco Todo mundo tava lá pra me chamar de louco Já cheguei a dividir um pedaço frito de ovo Quando eu sonhei demais Mas acordei e percebi que o sonho nos torna capaz De enfrentar, cada momento dificil da vida De até pensar, que um dia tudo aquilo acabaria Eu sofria, mas via, Gente rica, sofrendo E os pobres só preocupados com a correria Não faltar o pão do dia a dia Ou no fim de semana, uma saida Ninguem é de ferro Por isso do pó saiu e para o pó voltaria O Terror dos Cabos agora aterrorizado Aqui o sistema civil não dá conta do recado Um fato consumado, podre, triste e real Porém tem gente que vota no malandro boçal Que consegue entreter quem carenta sapiência Os ladroes bem ultrajados que roubam nossa essência Me disseram uma vez que nada disso é permanente Retruquei, lutei e busquei o que é permanente Fazer minha história ou contar de quem viu As histórias das pessoas que ainda acreditam no Brasil. Se o rap é uma dádiva foi fazê-lo meu destino Se o rap é uma falha vou continuar errando sozinho Se o rap é uma batalha vou lutar pelo que sinto Se o rap é minha arma eu não hesito em puxar o gatilho